quarta-feira, 16 de junho de 2010

oculista para gato – isso existe??

Quem leu o título acima deve estar pensando na cena de um gato sentado na cadeira do oculista lendo aquelas letrinhas pequenas que são projetadas na parede do consultório e que nem sempre conseguimos decifrar... Pois é, nós humanos sempre projetamos nos animais tudo que sentimos e tudo o que acontece conosco. Gato vai ao oculista sim, só não precisa saber o grau dos óculos que vai usar!!!
A Medicina Veterinária atual está mais moderna e mais evoluída do que há 10 anos atrás, e é cada vez mais comum vermos médicos veterinários atendendo especialidades como dermatologia, oncologia, odontologia e a oftalmologia também.

Os problemas oculares em gatos são menos frequentes do que em cães, mas não menos graves. Uma boa parte deles está associada a outras causas. Por exemplo:
  • Doenças infecciosas sistêmicas: viroses, como a PIF, AIDS felina, herpesvirose, causando uveíte, úlceras de córnea e até cegueira se não tratadas a tempo;
  • Traumas: brigas com outros gatos, ataques de cães, com perfurações, arranhões e mordidas;
  • Doenças metabólicas: diabetes e hipertensão, muito comuns em felinos hoje em dia, causando descolamento de retina e catarata secundárias.
O exame oftalmológico nem sempre é fácil de ser realizado em gatos, uma vez que é demorado e a proximidade dos olhos com a boca e as unhas das patas anteriores é grande, sendo que o médico tem que estar também com seu rosto bem próximo para avaliar, tornando o procedimento arriscado. Portanto, em grande parte das situações se faz necessário o uso de tranquilizantes, para uma melhor qualidade da consulta. A avaliação consiste em exame físico direto do globo ocular, olhando sua estrutura, pálpebras e glândulas lacrimais. Normalmente pingamos um colírio para avaliação corneana. O exame indireto, ou seja, com o uso de aparelhos, também é realizado: faz-se a tonometria, isto é, medição da pressão ocular e avaliação de fundo de olho, região da retina, com o uso de um oftalmoscópio.

Junto com a avaliação ocular, na maioria das vezes são necessários também exames de sangue para verificar doenças sistêmicas e o estado geral do bichano, afinal, o organismo é um todo e as doenças não são independentes – um sintoma nos olhos tem grande chance de ser uma manifestação de doença metabólica.

Caso perceba algo nos olhos do seu gato, nunca pingue nenhum colírio sem antes consultar um veterinário, pois muitas vezes o sintoma se agrava mais, já que os gatos são sensíveis a vários componentes e no olho a absorção acontece do mesmo jeito que na pele. Na maioria das clínicas existe um profissional especializado que atende com hora marcada e faz o acompanhamento junto com o veterinário do animal.

As informações e sugestões de saúde e bem-estar para o seu bichinho contidas neste blog têm caráter meramente informativo e não substituem o aconselhamento e o acompanhamento do Médico Veterinário de sua confiança. Somente este profissional é capacitado para diagnosticar e medicar seu bichinho de estimação.

quinta-feira, 3 de junho de 2010

castrar ou não castrar - eis a questão!

Quem já não ouviu uma gata no cio miando constantemente ou gatos cruzando pelo telhado? Ou então pegou um gatinho, que conforme cresceu passou a urinar por toda casa?

Pois é! Muitas vezes esses são motivos de problemas com vizinhos, parentes e, infelizmente, até causas de envenenamentos coletivos de felinos que têm acesso à rua ou moram nela.

Castrar ou não envolve uma série de questões desde saúde, zoonoses, culturais e até financeiras. E é uma decisão que cabe ao proprietário – responsável pelo animal e seu bem estar – uma vez que esse procedimento só traz benefícios. Vejamos.

A falta de hormônios, tanto em machos como em fêmeas, não acarreta nenhuma consequência. Pelo contrário, desde que a cirurgia não seja feita muito precocemente, caso em que influenciaria no crescimento do animal. O mito de que os gatos ficam mais pacatos e engordam não se aplica a todos e é mais exceção do que regra. O aumento de peso dependerá basicamente do modo de vida do animal: se ele se exercita, se come alimento de alto teor calórico e se tem essa tendência. O fato do animal não ter mais a produção dos hormônios sexuais não vai mudar sua personalidade, ou seja, gatos com características agressivas diminuem um pouco esse impulso, mas não totalmente; bichanos agitados também não se tranquilizam apenas com o fato de terem sido castrados. O que muda, por exemplo, é que os gatos que têm acesso à rua vão sair menos de casa e os machos não se envolverão em brigas com outros machos por disputa de território e fêmeas em cio. No caso dos machos confinados (de apartamento) a castração é importante, pois diminui o stress instintivo e o hábito de marcação de território com a urina.
As gatas – diferente das cadelas – só ovulam quando têm a presença ativa do macho, ou seja, durante a cópula. Elas não possuem sangramento durante o cio, sua alteração é notadamente comportamental, miando e “se esfregando” em objetos e pessoas. A vocalização das gatas não acontece por causa do cio, mas por um processo que acontece na hora da cruza: os machos possuem em seu pênis pequenas estruturas pontiagudas que induzem – no momento do ato sexual – a ovulação da fêmea, garantindo assim a fecundação. É por isso que as gatas “gritam” e incomodam tanto no silêncio da noite. Uma vez prenhas, a gestação dura em média dois meses e, após mais ou menos um mês do desmame, um novo cio recomeça. Isso quer dizer que uma única fêmea de vida livre, sem estar esterelizada, tem por volta de quatro cios ao ano. Se esses filhotes forem, na sua maioria, fêmeas também, entram na fase reprodutiva já aos cinco meses. Então uma única gata pode dar origem a inúmeros descendentes ao longo de um ano.

As gatas de apartamento não têm a chance de ovular, mesmo tendo a presença de um macho castrado em casa. Isso significa que elas entram em constantes cios na tentativa de ovular, sem sucesso, levando à uma alta produção de progesterona que trará consequências para sua saúde, como tumores mamários e infecções uterinas.

A cirurgia de esterilização é um procedimento comum, feito com anestesia geral, retirando o útero e os ovários nas fêmeas e os testículos nos machos. Requer uma semana de resguardo e em seguida é feita a retirada dos pontos. O gato vai para casa no mesmo dia, inclusive acordado e andando. O ideal é que a esterilização seja feita a partir dos cinco meses em gatas e seis meses nos gatos.

O uso de contraceptivos é totalmente contraindicado para inibir a entrada do cio, pois a carga hormonal é muito alta e prejudica mais ainda a não ovulação da fêmea. Os anticoncepcionais são responsáveis por 90% dos casos de câncer de mamas e infecções de útero (piometra) nas gatas.

Resumindo: só através da castração em massa vamos diminuir a população errante pela cidade, diminuindo também a transmissão de doenças (sejam elas zoonoses ou não), o abandono e os maus tratos, um problema sério em uma metrópole como São Paulo. Castrando animais domiciliados também estamos beneficiando-os, inclusive aumentando sua longevidade, uma vez que a não produção hormonal evita consequências maléficas para os animais domésticos.

As informações e sugestões de saúde e bem-estar para o seu bichinho contidas neste blog têm caráter meramente informativo e não substituem o aconselhamento e o acompanhamento do Médico Veterinário de sua confiança. Somente este profissional é capacitado para diagnosticar e medicar seu bichinho de estimação.

segunda-feira, 24 de maio de 2010

dor: como saber se seu bichano está sofrendo?

Em qualquer espécie animal, o capítulo “dor” é sempre controverso e discutível. Há quem acredite que os animais não sintam dor ou qualquer outra sensação física (como frio, calor), mas quem convive e cuida deles – sejam cães, gatos, roedores, aves – já teve alguma experiência em que pode perceber que o bichinho estava sentindo dor, desde uma dor leve, como a de uma unha quebrada, até uma dor severa, oncológica, como por exemplo um osteossarcoma (tumor que acomete os ossos).
A avaliação da dor é muito sutil e empírica e ocorre principalmente pela observação do proprietário do animal, tendo alguns sintomas inespecíficos, mas bem sugestivos:
• Alteração de personalidade: era um gato dócil e passou a ser agressivo (ou vice-versa);
Auto-mutilação: o animal se morde compulsivamente em alguma região que antes não o fazia, até muitas vezes provocando ferimentos e queda de pêlos;
• Mudança de postura: fica em posições diferentes, protegendo a área dolorida, para de se limpar (se lamber), não tem posição – anda, deita, senta, não consegue se acomodar – fica encolhido ou permanece um tempo grande na mesma posição;
• Diminuição do apetite e ingestão de água;
• Sinais oculares: pupila dilatada, secreção exacerbada (sinal que não está fazendo a higiene adequada);
• Sinais respiratórios: fica “ofegante”, com a respiração acelerada, como se estivesse cansado;
Resguardo: se esconde ou se isola em lugares fora do alcance dos proprietários ou de qualquer pessoa ou outro animal, ou seja, se poupa;
Expressão facial: semblante com orelhas para trás, “enrugamento” da face;
Vocalização: menos comuns em gatos, mas miam sem motivo aparente;
Aparência geral: pêlo sem brilho e com caspas, emagrecimento progressivo ou agudo;
• Hábitos urinários: ir à caixa sanitária com frequência maior da habitual ou o contrário;
• Distúrbios do sono: dorme pouco ou quase nada, dorme em posições estranhas.

Em qualquer uma dessas situações, desconfiamos que o animal esteja incomodado, sentindo alguma dor, e a segunda etapa da avaliação é descobrir a causa, ou seja, a origem da dor. Isso só pode ser feito por um médico veterinário, por meio de exame clínico ou de exames complementares que avaliarão alterações (exames de imagem, como ultrassom/RX, e de sangue/urina).

Analgésicos comuns, de uso humano ou até mesmo para cães, nem sempre são indicados para uso em felinos, pois os gatos não possuem uma via metabólica hepática de degradação de algumas drogas como a nossa ou a dos cães. Por isso, um remédio pode vir a ser uma substância tóxica. Por exemplo: o AAS (ácido acetil salicílico) pode ser fatal para o nosso bichano.

Mais uma vez ressaltamos aqui a importância do médico veterinário para um bom acompanhamento da enfermidade. Só assim podemos tratar adequadamente um animal com dor crônica (ou seja, de causa que não tem cura, só controle – como artrites, por exemplo) ou aguda (atropelamento, pancreatite, queimaduras, por exemplo).

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segunda-feira, 17 de maio de 2010

deixo ir para a rua ou não?

Os gatos são predadores por natureza e, como caçadores, são curiosos, gostam de andar a procura de suas presas e também à procura de acasalamento. Sua domesticação aconteceu bem depois da dos cães, por isso seu instinto se mantém tão presente.

Dessa forma, o hábito de ir à rua se torna difícil de controlar no caso de animais que têm acesso fácil à ela, ou seja, que moram em casas sem proteção nas janelas (as famosas redes). Os castrados se tornam mais caseiros devido à ausência de produção hormonal mas, mesmo assim, o instinto de caça muitas vezes fala mais alto.

Quando adquirimos um felino, temos que pensar nessa característica da espécie, pois uma vez proprietários, somos também responsáveis pela vida do animal, inclusive legalmente.

As pessoas que moram em prédios não têm a escolha de deixar o gato sair ou não, a não ser que levem o bichano para a casa de campo ou chácara nos finais de semana. Em apartamento, independente do andar que moram, a colocação de redes de proteção é de total prioridade, pois os gatos não “se jogam”, e sim caem acidentalmente ao ver um inseto, pássaro ou qualquer outra coisa se movendo – afinal são caçadores, o primeiro instinto é de querer pegar.

Já em casas, o comportamento externo – se não for controlado – acaba se tornando um hábito diário. Como os gatos têm hábitos noturnos, dormem praticamente o dia inteiro (de 8 a 12hs) e saem à noite toda, voltando logo cedo para se abrigar, dormir e se alimentar.

Mas... será que isso é saudável??? Pensando pelo lado selvagem do gato: sim. Mas o acesso à rua pode trazer várias doenças (dentre elas zoonoses) – como a toxoplasmose, sarnas, distúrbios respiratórios (as “gripes” dos gatos), verminoses, pulgas/carrapatos e as viroses, como por exemplo a AIDS e a leucemia felina, transmitidas pela saliva de outro animal contaminado. Além disso, embora o gato seja um animal ágil e com capacidade de pular grandes alturas e subir em muros/árvores, a vida livre pode resultar em ataques por cães e brigas com outros gatos (principalmente nos machos não castrados) pela disputa do território, fêmeas em cio e alimento. Isso sem contar o mais grave: os envenenamentos. Infelizmente o preconceito contra os felinos existe por grande parte da população e é comum vermos intoxicações provenientes de substâncias colocadas propositalmente para matar gatos.

Concluindo: deixar o animal ir para a rua pode ser um ato de liberdade e respeito pela natureza do bicho, mas nem sempre isso implica em qualidade e quantidade de vida. Hoje em dia, prezamos pela posse responsável, ou seja, animais domiciliados, livres de doenças infecto-contagiosas, vacinados e vermifugados. Infelizmente, o ambiente urbano não é habitat seguro e natural dos gatos, muito menos nos dias de hoje.

As informações e sugestões de saúde e bem-estar para o seu bichinho contidas neste blog têm caráter meramente informativo e não substituem o aconselhamento e o acompanhamento do Médico Veterinário de sua confiança. Somente este profissional é capacitado para diagnosticar e medicar seu bichinho de estimação.

segunda-feira, 10 de maio de 2010

cuidados com seu gatinho nas diferentes fases de vida

Os gatos - assim como nós e os cães – precisam de cuidados especiais em cada fase de vida: recém-nascidos, filhotes, adultos e na fase senil. Tendo em vista que os felinos têm uma vida bem mais curta que a nossa (em média vivem 20 anos ou nem chegam a isso), proporcionalmente tudo é mais acelerado, ou seja, um animal de um ano de idade já é um adulto completo e desenvolvido, com capacidade reprodutiva inclusive.

Até os 45 dias de vida (um mês e meio), os recém-nascidos precisam de cuidados essencialmente maternos – como amamentação – além da higiene da mãe, que é bem peculiar, com banhos de língua, principalmente na hora do aleitamento (alguns gatos adultos desenvolvem o hábito de “afofar” e até “mamar” em cobertores e tecidos devido à essa sensação de segurança e proteção que a mãe dá). Nas primeiras semanas é a lambedura da mãe que estimula a micção e evacuação, fazendo com que os órgãos responsáveis pelas excreções funcionem com seu estímulo mecânico. Os ouvidos e olhos ficam fechados até a segunda semana para proteção de agressões externas, como claridade e barulhos exacerbados. Na ausência da mãe, podemos fazer essa “substituição” com massagens manuais e mamadeiras apropriadas, feitas com preparados já disponíveis no mercado para recém-nascidos.

Entre essa fase e até um ano de vida, os filhotes são mais vulneráveis, estão na fase de aprendizado (normalmente extintivo, mas também por observação dos mais velhos), são muito curiosos e têm necessidades nutricionais específicas para acompanhar seu crescimento que exigem ração própria para filhotes. Uma ração de boa qualidade não necessita de suplementação com cálcio e vitaminas. Se os filhotes saem de casa, pedem atenção redobrada, uma vez que ainda não têm a capacidade de se defender desenvolvida e podem ser atacados por outros animais. Filhotes precisam de vacinas dos dois aos quatro meses de idade e um acompanhamento veterinário mais intenso, com vermifugações e exames parasitológicos de fezes a partir dos 30 dias. Testes para doenças contagiosas também são importantes, principalmente se os filhotes forem misturados à outros adultos já existentes no ambiente.

Na fase adulta, um gato necessita de ração balanceada conforme seu estado: castrados comem ração com restrição de gorduras para não ganharem peso (ainda mais os de apartamento, com pouca atividade física), os já obesos ou com essa tendência comem ração light e os não castrados, de vida livre, ração para adultos a partir de um ano. Ainda no quesito alimentação, variar o cardápio sem exageros é importante: oferecer uma ou duas vezes por semana carne moída crua, atum, peito de peru, por exemplo, ou mesmo as rações úmidas (enlatadas ou em pacotinhos) é interessante para aguçar o paladar felino, que é muito restrito. Animais com problemas crônicos também comem rações específicas, as ditas terapêuticas.

Mas... a partir de que idade considera-se um gato velho??? Pois é... eis a questão. Alguns autores consideram senilidade a partir dos 11, 12 ou 13 anos, porém isso é muito relativo. Podemos considerar a idade avançada a partir do momento em que um animal de idade mais madura, ou seja, que já passou pela metade de seus anos de vida, começa a ter problemas crônicos, como doenças degenerativas, progressivas e irreversíveis – dores articulares (artroses), diabetes, insuficiências renais e cardíacas, por exemplo. Associando isso à idade, temos um gato velho. E na terceira idade (para alguns melhor idade!!), check-ups constantes são muito importantes nos gatos, pois eles não nos dão sinais de algumas doenças progressivas que só serão conhecidas por meio dos exames. Uma ração apropriada para essa fase de vida – com baixa caloria, restrição de sódio, tamanho menor para ajudar na mastigação devido à dentição mais desgastada, por exemplo – é importante. Gatos velhos dormem ainda mais do que o normal, gostam de lugares sossegados e que não demandem esforço para subir; atenção à esses detalhes em casa ajuda na rotina do gato, que vai mudando pouco a pouco com o passar dos anos. O mesmo funciona para as caixas de areia, que precisam estar sempre limpas – nem sempre os gatos idosos cobrem seus excrementos, mas nem por isso precisam usar a areia suja. Banhos de língua são menos frequentes, por isso temos que prestar mais atenção na pelagem, escovando periodicamente para retirada de pelo morto. Unhas devem ser cortadas (no caso dos gatos confinados) para não “engancharem” em tapetes ou arranhadores, já que a troca fisiológica de unhas também fica defasada. Devemos observar também o metabolismo intestinal (por isso que a ração adequada é importante), pois devido ao peristaltismo mais lerdo, muitas vezes gatos velhos ficam obstruídos, não conseguindo expelir adequadamente o bolo fecal retido.

De qualquer forma, em qualquer fase de vida dos nossos bichanos, não podemos deixar de fazer uma consulta com o médico veterinário pelo menos uma vez por ano. Acompanhar seu crescimento, sua fase adulta e posteriormente sua velhice é obrigação de qualquer dono responsável. Afinal de contas, o bichinho não pediu para ser comprado ou adotado. A responsabilidade é toda nossa!!

As informações e sugestões de saúde e bem-estar para o seu bichinho contidas neste blog têm caráter meramente informativo e não substituem o aconselhamento e o acompanhamento do Médico Veterinário de sua confiança. Somente este profissional é capacitado para diagnosticar e medicar seu bichinho de estimação.

sexta-feira, 30 de abril de 2010

por que o gato faz xixi fora da caixa de areia?


É comum proprietários se queixarem que o gato está urinando fora do local correto, às vezes até bem perto, mas não dentro do granulado sanitário. Mas por que?

Devemos, antes de mais nada, lembrar que os felinos têm por hábito higiênico cobrir suas excreções (fezes e urina) para não deixar rastros pelo local em que passou, uma vez que são caçadores natos.

Quando o gato faz xixi fora da caixa de areia, é importante diferenciarmos três problemas:
> Marcação de território;
> Problemas de saúde;
> Problemas comportamentais.

A marcação de território é comum em gatos machos não castrados. Eles espirram a urina em jato nas paredes, móveis e até mesmo na borda da caixa de areia. Esse comportamento é diferente de urinar em lugares inapropriados – xixi em grande quantidade no chão, tapetes e carpetes, por exemplo. A solução para a marcação de território é a castração, pois tirando a influência hormonal os sintomas somem.

Com relação ao xixi fora da caixa de areia – uma questão de saúde – devemos prestar atenção não só no local da urina, mas em como o animal está fazendo o xixi: se fica na posição de micção mais tempo do que o normal, se a urina demora a sair e sai gotejada, ou até mesmo se sai com sangue (difícil de ver no granulado, mas com um papel higiênico branco podemos conferir). Os problemas mais comuns são cistites, cálculos urinários, diabetes, insuficiência renal e hepática, infecção uterina nas fêmeas, problemas hormonais e até mesmo tumores. Nesse caso, o médico veterinário deve ser procurado o mais rápido possível.

Já os problemas comportamentais são mais comuns e nem sempre fáceis de resolver. Gatos têm peculiaridades para tudo – para comer, para sair de casa e principalmente para sua higiene pessoal. Vamos abordar algumas questões:
- Muitos donos insistem em comprar granulado perfumado justamente para diminuir o odor forte que a urina deixa, mas a maioria dos gatos nem chega perto da caixa só de sentir o perfume. Lembre-se de que quem tem que gostar da areia é o gato e não você. Isso também vale para as diferentes marcas, cada gato tem sua preferência;
- Os granulados brancos também não são indicados para gatos com problemas respiratórios crônicos, como bronquite ou asma, pois ao raspar a areia para cobrir suas excreções, “sobe” aquele pó branco de sílica, piorando sua condição;
- Nunca esfregue o focinho do gato na sua própria urina feita em local incorreto para repreendê-lo. Isso não funciona nem para cães, quanto mais para gatos. Na verdade, eles memorizam cada vez mais aquele cheiro e local, voltando lá depois para urinar novamente, ou seja, o efeito é inverso!
- O local onde fica a bandeja tem que ser limpo – de preferência trocar a areia assim que o gato fizer suas necessidades, pois dificilmente eles voltam com a bandeja suja. Essa limpeza não pode ser com produtos com cheiro muito forte para não afastar o gato da bandeja, deixando em sua memória um odor desagradável de desinfetante;
- Produtos de limpeza a base de amoníaco em qualquer lugar da casa só vão atrair o gato a urinar novamente quando isso já está acontecendo, pois o amoníaco “imita” o odor da urina felina, que é rica em compostos semelhantes;
- Em locais com mais de um bichano, a competição pode gerar alterações no hábito de urinar e estimular todos a fazerem o mesmo. Coloque caixas de areia em locais diferentes;
- Também com vários gatos, as caixas não podem ser poucas. Uma regrinha básica: para o número de gatos, uma caixa a mais do total – quatro gatos = cinco caixas. Afinal, eles também não gostam de banheiro sujo!
- Comida e água sempre devem estar longe das caixas; gatos são muito higiênicos para se alimentar perto de onde evacuam ou urinam. Uma dica: se ele está fazendo suas necessidades fora da caixa de areia e sempre no mesmo lugar, coloque nesse local o pote de ração para desencorajá-lo de fazer xixi naquele local;
- O tamanho e o formato das caixas também são importantes. Gatos não gostam de ter de fazer “ginástica” para entrar e sair da bandeja de areia, portanto bordas altas podem ser problema, assim como aquelas caixas que possuem “tampas”. A quantidade de areia também não pode passar de dois centímetros, mais ou menos, pois eles não gostam de “afundar” as patinhas e ter de se limpar depois. Use areia suficiente para cobrir o fundo da bandeja e troque-a com frequência;
- As caixas têm que ter fácil acesso e ficar em lugares tranquilos – nem os gatos gostam de tumulto na hora das necessidades! Objetos novos, estranhos ou barulhentos, como uma máquina de lavar roupas, por exemplo, podem causar medo no gato, fazendo com que ele associe a caixa sanitária ao susto, o que pode levá-lo a deixar de usar a caixa;
- Por último, o fator estresse – ele contribui bastante para a caixa sanitária deixar de ser usada. Animais novos em casa, visitas, festas, reformas, mudança de residência, volta do banho/hotel/consultório veterinário, problemas de socialização entre os animais existentes no território, enfim, tudo isso é significativo para que o comportamento felino mude.

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sexta-feira, 23 de abril de 2010

seu gato é bem tratado no pet shop?

Atualmente, essa é uma das questões mais sérias com a qual temos que tomar cuidado: os pet shops. Em teoria, pet shops são estabelecimentos especializados em serviços e produtos para pets, ou seja, animais de estimação. Isso abrange cães, gatos e outros bichinhos não tão domesticados, mas que foram incorporados ao nosso domicílio, como ferrets, porquinhos da índia, coelhos, hamsters, aves etc.

Mas será que toda loja está preparada para lidar com esses animais? Animais são seres vivos (e não mercadorias comerciais) e, portanto, lidar com vida não é uma tarefa fácil – requer dedicação, conhecimento, cuidado, atenção e carinho.

Gatos por sua vez não são “cachorros que miam”, ou seja, seu tratamento tem que ser diferenciado para que não aconteçam acidentes. Isso desde a hora de sua manipulação até o momento de usar produtos (xampús, soluções de limpeza de ouvidos, por exemplo), que para essa espécie podem ser tóxicos, embora não sejam para os cães.

Algumas dicas:
- Gatos não são (e nunca serão) fãs de banhos. Por isso, paciência é essencial. Levar em um lugar de confiança, onde o banho pode ser observado, bem como o trabalho do banhista, é interessante;
- Para contenção física de um felino, não estranhe se o funcionário do local segurá-lo pela pele da nuca, pois apesar de parecer agressivo ou dolorido, é a melhor forma de manter o gato quieto. É pela pele da nuca que a mãe carrega os filhotes com a boca, então não há perigo algum. Segurar dessa forma facilita a manipulação e mantém o bichano calmo, o que evita mordidas ou arranhaduras durante o procedimento;
- Cortar as unhas do gato previamente também evita acidentes no banho. Só convém lembrar que animais de vida livre precisam delas para subir em obstáculos e se defender; é importante que o pet shop pergunte ao proprietário se é animal de apartamento ou não;
- Evitar banhar e estressar demasiadamente filhotes, bem como animais de idade avançada. O estresse pode desencadear síncopes e até desmaios durante manipulação;
- Alguns animais – mesmo com todos os cuidados – são indóceis; nesse caso é bom considerar o uso de focinheiras, que na verdade são “máscaras” que cobrem toda a cabeça do animal, evitando mordidas durante o procedimento;
- Nunca deixe que na hora da secagem o bichano fique preso pelo pescoço com uma “cordinha” pendurada na lateral da mesa de banho/tosa; um movimento mais brusco pode resultar em enforcamento;
- Lembre-se que duas pessoas trabalhando juntas funcionam melhor do que uma só, minimizando tempo e estresse, substituindo focinheiras, por exemplo;
- SEMPRE levar em local que tenha veterinário de plantão, pois ele estará por perto caso ocorra qualquer incidente;
- Existem pet shops especializados apenas em gatos, o que é uma boa alternativa para diminuir o estresse que um pet shop comum causa aos bichanos com os latidos e contato com cachorros, por exemplo. O primeiro horário e o final de expediente costumam ser mais tranquilos;
- Evite levar o bichano no pet shop sempre nos mesmos dias, pois gatos têm boa memória e se escondem antecipadamente;
- Acostume o gato com a caixa de transporte previamente, deixando-a sempre aberta, em local visível e com alguns brinquedos e “panos” conhecidos do bichano;
- Não coloque perfume pós-banho, principalmente se tiver outro gato em casa. A mudança de cheiros pode causar intolerância e estranheza nos dois felinos, sem contar que será um motivo a mais para o bichano se lamber, lamber, lamber até remover todo produto!!!

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sexta-feira, 16 de abril de 2010

hipertensão e doença cardíaca felina

A hipertensão e insuficiência cardíaca nos gatos é mais comum do que pensamos. No entanto, os felinos mascaram muito os sintomas, diferentemente dos cães, que apresentam tosses secas e intolerância aos exercícios – se cansam facilmente nos passeios, por exemplo. Porém, diferente dos humanos, os animais não apresentam problemas cardíacos coronarianos, ou seja, não têm consequências cardíacas com aumento de colesterol e triglicérides, pois não têm tendência de depositar camadas de gordura nas paredes das artérias. Eles também não têm o fumo e o álcool como fatores predisponentes e, dessa forma, não infartam como algumas pessoas podem pensar. Os problemas cardíacos são, na maioria das vezes, insuficiências congestivas, sendo cardiopatias hipertróficas (aumento do músculo cardíaco) ou dilatadas (aumento global do tamanho do coração). Esses problemas são congênitos ou adquiridos e podem causar morte súbita igualmente ao infarto.

O aumento da pressão arterial nos gatos é normal com o passar da idade. A elevação anormal e persistente da pressão sanguínea (hipertensão) pode ter origens não só primárias, ou seja, de causa desconhecida (assim como em 90% dos humanos), mas também secundárias a outras doenças, como insuficiência renal crônica, diabetes e hipertireoidismo.

Por não apresentarem sintomas característicos, normalmente os gatos são levados ao consultório veterinário com queixa de perda de peso, beber muita água e urinar demasiadamente, dispnéia (aumento e dificuldade da frequência respiratória) e fraqueza. Exames de rotina devem ser realizados, como provas de função renal, hemograma, glicemia, dosagens hormonais, ecocardiograma (ECO) e mensuração da pressão arterial. No gato, só vamos diagnosticar problemas cardíacos através do ECO, pois normalmente na auscultação clínica com estetoscópio o problema pode não ser detectado. Para verificar a pressão, usamos um aparelhinho infantil. Dependendo da agitação do bichano pressão pode se alterar para mais pelo simples stress da consulta.

Uma vez diagnosticado o problema, medicações para o resto da vida devem ser administradas e um controle bimestral ou semestral é imprescindível para uma boa qualidade de vida do gato. Reavaliações periódicas se tornam importantíssimas, uma vez que o problema é progressivo se não controlado, podendo ter sérias consequências, como tromboembolia (coágulo depositado na artéria aorta, principalmente) com paralisia de membros posteriores, síncopes (desmaios), cegueira súbita e irreversível (pelo descolamento de retina no aumento agudo da pressão não controlada) e até convulsões.

Isso reforça o fato de que ter um animal de estimação requer não só carinho, mas cuidados, principalmente a partir da meia idade (oito anos em média). A partir dessa idade, recomenda-se um check-up de rotina com exames cardiológicos.

As informações e sugestões de saúde e bem-estar para o seu bichinho contidas neste blog têm caráter meramente informativo e não substituem o aconselhamento e o acompanhamento do Médico Veterinário de sua confiança. Somente este profissional é capacitado para diagnosticar e medicar seu bichinho de estimação.

sexta-feira, 9 de abril de 2010

peritonite infecciosa felina – o que é?

A peritonite infecciosa é uma das doenças contagiosas mais sérias que temos nos gatos e uma das principais causas de morte. Assim como a AIDS e a leucemia, a peritonite é causada por um vírus, o coronavírus. No entanto, estudos têm demonstrado que o coronavírus que causa a PIF é uma mutação do coronavírus causador da enterite felina (FEC), uma infecção localizada no intestino. Seu contágio é feito via oro-nasal, através das fezes de gatos portadores (embora saliva e urina também possam eliminar o vírus) e é feito de forma direta e contínua, ou seja, nós não levamos o vírus para casa ou de um lugar ao outro, os gatos precisam ter contato, principalmente através do compartilhamento da caixa sanitária, onde as fezes são depositadas.
A doença quando ativa é fatal, porém só adoecem de 10 a 30% dos gatos contaminados, o que torna seu potencial contagioso muito maior, pois os animais que não desenvolvem sintomas podem estar transmitindo o vírus durante um bom período de sua vida.

Podemos dizer também que é uma doença imunomediada, ou seja, depende potencialmente da resposta imunológica do hospedeiro se ele será apenas um portador do vírus ou se será um doente. Dessa forma, filhotes de seis semanas a dois anos de vida e gatos idosos (acima de 11 anos) são mais gravemente afetados, pois a baixa resistência comum nessas fases os tornam mais suscetíveis à doença.

Aparentemente, há uma predisposição racial para a doença: os persas e mestiços deles são mais acometidos.

Sendo uma doença viral generalizada, os sinais são inespecíficos, variando de falta de apetite, emagrecimento, febre, cansaço, icterícia (ficar com a pele, olhos amarelados) e diarréias até convulsões, paralisias, desorientação e falta de coordenação, o que ajuda a confundir o diagnóstico.

Há duas formas de apresentação clínica da doença: a efusiva e a não-efusiva. A primeira, além dos sintomas comuns, pode ter acúmulo de líquido abdominal, fazendo com que a barriga do bichano aumente de volume. Na segunda não ocorre esse acúmulo de líquido no abdômen, mascarando a presença da doença.

De tudo isso, uma boa notícia é que esse vírus é sensível aos desinfetantes comuns, o que significa que uma boa desinfecção do ambiente é uma forma de controle da transmissão do vírus. Outra forma de controlar a transmissão é testar animais novos para a doença antes de introduzi-los à colônia de gatos existente. Isso é feito através de exame de sangue ou diretamente das fezes. A superpopulação não é recomendada. Aliás, para qualquer doença contagiosa, muitos gatos aglomerados são um meio propício de disseminação de doenças. Devemos evitar isso ao máximo.

Portanto, ao comprar um animal de gatil, exija o atestado de PIF negativo com exames sorológicos ou nas fezes. Ao introduzir um gato novo em casa, teste primeiro o gatinho novo para que os já existentes não sejam futuros doentes e transmissores.

Uma vez diagnosticada a doença de forma ativa, ou seja, com sintomas confirmados, o gato doente deve ser separado de outros para evitar a transmissão, caso isso ainda não tenha ocorrido. Não há tratamento para a doença, só medicações paliativas na tentativa de aumentar a sobrevida do felino.

Nos EUA, a Pfizer criou uma vacina para PIF; ela é intra-nasal e confere 60 a 85% de proteção. Não há previsão de quando teremos a vacina liberada aqui no Brasil.

As informações e sugestões de saúde e bem-estar para o seu bichinho contidas neste blog têm caráter meramente informativo e não substituem o aconselhamento e o acompanhamento do Médico Veterinário de sua confiança. Somente este profissional é capacitado para diagnosticar e medicar seu bichinho de estimação.

sexta-feira, 2 de abril de 2010

por que os gatos salivam tanto ao tomar remédios?

Quem nunca tentou dar uma medicação por via oral em gatos não sabe a missão impossível que é!!!! Em geral, os gatos são bastante complicados para medicar ou vacinar. É próprio da espécie ser desconfiado e arredio, o que dificulta a manipulação. Alguns colegas recomendam o mínimo de estresse ao examinar e principalmente ao conter um felino para evitar acidentes.

Se o animal precisar tomar uma medicação, por exemplo um antibiótico por vários dias consecutivos e levá-lo à clínica veterinária for inviável, medicá-lo por via oral pode ser uma tentativa... Mas nem sempre é tão fácil assim, como com os cachorros, pois os gatos possuem grande quantidade de receptores para o gosto amargo em suas papilas gustativas, que estão distribuídas por toda cavidade oral, mais precisamente na parte posterior da língua (que é bem onde colocamos a medicação!). Dessa forma, os gatos são muito mais sensíveis aos sabores do que nós e do que os cães, reagindo com salivação intensa ao sentir gostos desagradáveis, tentando expulsar a substância incômoda ingerida. Além disso, os felinos são muito seletivos com a ingestão de alimentos, cheirando muito bem antes e podendo discernir só com o olfato se um determinado alimento está azedo, amargo, salgado e até mesmo estragado.

A reação de salivação profusa pode ocorrer mesmo antes da ingestão, só de o gato associar a embalagem do medicamento ao gosto que ele sentiu anteriormente, tamanha a sensibilidade que eles possuem.

Existem algumas “técnicas” para administrar remédios para gatos, e todas consistem em disfarçar ou atenuar o gosto. Misturar o comprimido ao alimento na grande maioria das vezes é inútil, pois pelo cheiro ele separará ou nem tocará na comida. Medicações líquidas exalam mais odor, além de ter um contato com maior área da cavidade oral, aumentando a salivação. Uma tentativa é cortar o comprimido em alguns pedaços e lambusar com manteiga, para que escorregue mais facilmente até ser engolido, e dificultando que o animal cuspa. Outro jeito é deixar o animal no canto de um cômodo, de modo que ele se sinta acuado até o remédio ser introduzido na boca. Mas para isto, o proprietário tem que ter certa habilidade e não ter dó.

De tudo isso, a melhor coisa a se fazer hoje em dia para evitar o gosto e o trauma do animal é mandar fazer a droga em farmácias de manipulação - existem as veterinárias - onde estão disponíveis palatabilizantes com gosto acentuado de carne, frango e peixe, os quais são misturados ao princípio ativo da medicação e produzidos em forma de comprimidos parecidos com ração. Há também a alternativa em pasta, que se coloca na pata do gato, pois automaticamente ele lamberá, ingerindo o produto.

Se nada disso surtir resultado, deve-se pensar em medicação injetável, com a possibilidade de o proprietário aprender a aplicar a injeção com seu médico veterinário de confiança (normalmente por via sub-cutânea). Isso diminuiria o estresse do transporte até a clínica. Se o proprietário não se sentir seguro para aplicar a injeção, só resta levar o bichano ao veterinário.

As informações e sugestões de saúde e bem-estar para o seu bichinho contidas neste blog têm caráter meramente informativo e não substituem o aconselhamento e o acompanhamento do Médico Veterinário de sua confiança. Somente este profissional é capacitado para diagnosticar e medicar seu bichinho de estimação.

sexta-feira, 26 de março de 2010

antes de ter seu primeiro gato

Gosta de animais???? Mora sozinho???? Trabalha o dia todo???? Gosta da sua mobília???? Não tem tempo de levar um cachorro para passear????

Pois é... essas são algumas das várias perguntas que devem ser respondidas antes de ter um animal doméstico, qualquer que seja a espécie.

Os felinos são muito discriminados por terem fama de independência e desapego ao dono. Mas o curioso é que esse estigma só prevalece para quem nunca teve sequer contato com os gatos, pois 99% dos proprietários afirmam exatamente o contrário!!!!!

Portanto, ter um gato como animal de estimação e de compania é TUDO DE BOM!!! Mas vamos à algumas questões importantes.

Antes de ter um animal (quer seja cão, gato, pássaro etc...)

1. Você realmente gosta de animais???? Vai sentir prazer em cuidar de um ser vivo que dependerá de você e esperará carinho, atenção e cuidados???? Essa pode parecer a mais óbvia das perguntas, mas muita gente se esquece desse detalhe e após a aquisição do bichinho se decepciona quando um filhote destrói seu chinelo ou urina no tapete da sala...

2. O fato de morar sozinho vai influenciar na escolha da espécie e da raça. Cães toleram menos a solidão do que os gatos, comem muitas vezes todo alimento de uma só vez, latem ininterruptamente para chamar a atenção e podem destruir o ambiente em que ficam na falta do que fazer. Quando se mora sozinho a melhor escolha é um gato, que é o oposto de todas essas características citadas acima. Mas veja: aceitar melhor a solidão não significa não gostar do dono, apenas que sua forma de apego é diferente;

3. Se além de morar sozinho você ainda viaja muito, mais um motivo para ter um gato, pois eles aceitam melhor a ausência temporária do dono, sem contar que dormem até 16 horas por dia!!!! Um simples final de semana com água, comida e caixa sanitária suficientes para dois dias não terá grandes problemas, desde que seja na sua própria casa. Mudá-lo de território nessa condição só gerará stress desnecessário;

4. Animais dão despesas, que são mensais (banhos, granulado sanitário, ração, anti-pulgas), anuais (vacinas, consulta médica de rotina) ou inesperadas (doenças agudas, acidentes). Gastos não podem deixar de ser computados na hora de decidir ter um animal em casa.

Antes de ter seu primeiro gato

1. Aquele filhote fofinho e brincalhão na vitrine de uma loja, em uma feira de adoção ou mesmo nas ruas pode ser um convite irresistível. Mas é bom lembrar que gatos, além dos dentes, têm as garras, que usam como defesa e, muitas vezes, como próprio meio de brincar. Portanto, manter as unhas aparadas é uma boa forma de minimizar riscos. Isso pode ser feito em lugares especializados ou em casa, por você mesmo (leia mais sobre unhas aqui);

2. A higiene dos gatos é impecável, e eles precisam de um lugar para fazer suas necessidades. O ideal é a caixa plástica com areia dentro, de modo que eles possam enterrar o xixi e as fezes para não deixar rastros nem odores para um futuro concorrente ou predador;

3. Felinos tem período reprodutivo em média trimestral. Os machos demarcam território com a urina e as fêmeas mudam muito seu comportamento, miando sem parar, principalmente à noite. Isso significa que a castração é praticamente obrigatória para o bem estar do animal e de todos que convivem com ele;

4. Adotar ou comprar, eis a questão. Tenha consciência de que existem milhares de bichanos abandonados ou carentes precisando de um lar. A compra, muitas vezes, só estimula o comércio indiscriminado e sem controle;

6. Um gato já adulto é menos “domesticável”, mas em compensação, sua personalidade está definida e isso pode ser uma vantagem em relação aos filhotes;

7. Assim como carpetes, tapetes e cortinas, a pelagem dos gatos também guarda ácaros e fungos. Isso significa que se o futuro proprietário tiver tendência alérgica, gatos de pelo curto são mais recomendados;

8. Na natureza, normalmente o hábito de afiar as unhas acontece em troncos de árvores. Em casa, móveis se transformam em algo irresistível para esse fim. Para minimizar, mantenha as unhas aparadas, compre ou adapte um arranhador ou borrife um cheiro que o gato não goste nos móveis, assim ele não chega perto.

Lembre-se sempre: a partir do momento em que nos propomos a criar um bichinho, torna-se indispensável nossa dedicação incondicional.

As informações e sugestões de saúde e bem-estar para o seu bichinho contidas neste blog têm caráter meramente informativo e não substituem o aconselhamento e o acompanhamento do Médico Veterinário de sua confiança. Somente este profissional é capacitado para diagnosticar e medicar seu bichinho de estimação.