segunda-feira, 17 de maio de 2010

deixo ir para a rua ou não?

Os gatos são predadores por natureza e, como caçadores, são curiosos, gostam de andar a procura de suas presas e também à procura de acasalamento. Sua domesticação aconteceu bem depois da dos cães, por isso seu instinto se mantém tão presente.

Dessa forma, o hábito de ir à rua se torna difícil de controlar no caso de animais que têm acesso fácil à ela, ou seja, que moram em casas sem proteção nas janelas (as famosas redes). Os castrados se tornam mais caseiros devido à ausência de produção hormonal mas, mesmo assim, o instinto de caça muitas vezes fala mais alto.

Quando adquirimos um felino, temos que pensar nessa característica da espécie, pois uma vez proprietários, somos também responsáveis pela vida do animal, inclusive legalmente.

As pessoas que moram em prédios não têm a escolha de deixar o gato sair ou não, a não ser que levem o bichano para a casa de campo ou chácara nos finais de semana. Em apartamento, independente do andar que moram, a colocação de redes de proteção é de total prioridade, pois os gatos não “se jogam”, e sim caem acidentalmente ao ver um inseto, pássaro ou qualquer outra coisa se movendo – afinal são caçadores, o primeiro instinto é de querer pegar.

Já em casas, o comportamento externo – se não for controlado – acaba se tornando um hábito diário. Como os gatos têm hábitos noturnos, dormem praticamente o dia inteiro (de 8 a 12hs) e saem à noite toda, voltando logo cedo para se abrigar, dormir e se alimentar.

Mas... será que isso é saudável??? Pensando pelo lado selvagem do gato: sim. Mas o acesso à rua pode trazer várias doenças (dentre elas zoonoses) – como a toxoplasmose, sarnas, distúrbios respiratórios (as “gripes” dos gatos), verminoses, pulgas/carrapatos e as viroses, como por exemplo a AIDS e a leucemia felina, transmitidas pela saliva de outro animal contaminado. Além disso, embora o gato seja um animal ágil e com capacidade de pular grandes alturas e subir em muros/árvores, a vida livre pode resultar em ataques por cães e brigas com outros gatos (principalmente nos machos não castrados) pela disputa do território, fêmeas em cio e alimento. Isso sem contar o mais grave: os envenenamentos. Infelizmente o preconceito contra os felinos existe por grande parte da população e é comum vermos intoxicações provenientes de substâncias colocadas propositalmente para matar gatos.

Concluindo: deixar o animal ir para a rua pode ser um ato de liberdade e respeito pela natureza do bicho, mas nem sempre isso implica em qualidade e quantidade de vida. Hoje em dia, prezamos pela posse responsável, ou seja, animais domiciliados, livres de doenças infecto-contagiosas, vacinados e vermifugados. Infelizmente, o ambiente urbano não é habitat seguro e natural dos gatos, muito menos nos dias de hoje.

As informações e sugestões de saúde e bem-estar para o seu bichinho contidas neste blog têm caráter meramente informativo e não substituem o aconselhamento e o acompanhamento do Médico Veterinário de sua confiança. Somente este profissional é capacitado para diagnosticar e medicar seu bichinho de estimação.

3 comentários:

Ƹ̵̡Ӝ̵̨̄Ʒ ANDRÉIA Ƹ̵̡Ӝ̵̨̄Ʒ Sant'Anna disse...

Adorei a postagem!
A noite eu prendo minha gata Nicole dentro de casa, e ela dorme a noite toda, então durante o dia ela some pelos telhado. Vou ficar atenta agora com essas dicas.
obrigado pelas dicas.
bjks

Betty Gaeta disse...

Adorei o blog. Tenho 5 gatos, todos castrados, e um deles deu de pular o muro lateral e ir para a rua. Eu sou contra animais na rua, sejam cães ou gatos. Não sei bem como tirar este hábito do meu fujão.
Bjkas e boa noite!

cRiPpLe_rOoStEr a.k.a. Kamikaze disse...

Alguns dispositivos de segurança como cercas elétricas podem agravar lesões decorrentes de quedas a um felino fujão. Ao desmaiar por ação da descarga elétrica, o animal pode cair de mau jeito ao invés de parar em pé, e no caso daquela cerca espiral com navalhas é morte certa. Até os banais cacos de garrafa de vidro que ainda se vê no topo de alguns muros também podem causar problemas ao dilacerar a pata dum bicho.

O melhor a fazer é impedir que o animal tenha acesso à rua, ou esteja devidamente supervisionado para evitar acidentes.