sexta-feira, 9 de abril de 2010

peritonite infecciosa felina – o que é?

A peritonite infecciosa é uma das doenças contagiosas mais sérias que temos nos gatos e uma das principais causas de morte. Assim como a AIDS e a leucemia, a peritonite é causada por um vírus, o coronavírus. No entanto, estudos têm demonstrado que o coronavírus que causa a PIF é uma mutação do coronavírus causador da enterite felina (FEC), uma infecção localizada no intestino. Seu contágio é feito via oro-nasal, através das fezes de gatos portadores (embora saliva e urina também possam eliminar o vírus) e é feito de forma direta e contínua, ou seja, nós não levamos o vírus para casa ou de um lugar ao outro, os gatos precisam ter contato, principalmente através do compartilhamento da caixa sanitária, onde as fezes são depositadas.
A doença quando ativa é fatal, porém só adoecem de 10 a 30% dos gatos contaminados, o que torna seu potencial contagioso muito maior, pois os animais que não desenvolvem sintomas podem estar transmitindo o vírus durante um bom período de sua vida.

Podemos dizer também que é uma doença imunomediada, ou seja, depende potencialmente da resposta imunológica do hospedeiro se ele será apenas um portador do vírus ou se será um doente. Dessa forma, filhotes de seis semanas a dois anos de vida e gatos idosos (acima de 11 anos) são mais gravemente afetados, pois a baixa resistência comum nessas fases os tornam mais suscetíveis à doença.

Aparentemente, há uma predisposição racial para a doença: os persas e mestiços deles são mais acometidos.

Sendo uma doença viral generalizada, os sinais são inespecíficos, variando de falta de apetite, emagrecimento, febre, cansaço, icterícia (ficar com a pele, olhos amarelados) e diarréias até convulsões, paralisias, desorientação e falta de coordenação, o que ajuda a confundir o diagnóstico.

Há duas formas de apresentação clínica da doença: a efusiva e a não-efusiva. A primeira, além dos sintomas comuns, pode ter acúmulo de líquido abdominal, fazendo com que a barriga do bichano aumente de volume. Na segunda não ocorre esse acúmulo de líquido no abdômen, mascarando a presença da doença.

De tudo isso, uma boa notícia é que esse vírus é sensível aos desinfetantes comuns, o que significa que uma boa desinfecção do ambiente é uma forma de controle da transmissão do vírus. Outra forma de controlar a transmissão é testar animais novos para a doença antes de introduzi-los à colônia de gatos existente. Isso é feito através de exame de sangue ou diretamente das fezes. A superpopulação não é recomendada. Aliás, para qualquer doença contagiosa, muitos gatos aglomerados são um meio propício de disseminação de doenças. Devemos evitar isso ao máximo.

Portanto, ao comprar um animal de gatil, exija o atestado de PIF negativo com exames sorológicos ou nas fezes. Ao introduzir um gato novo em casa, teste primeiro o gatinho novo para que os já existentes não sejam futuros doentes e transmissores.

Uma vez diagnosticada a doença de forma ativa, ou seja, com sintomas confirmados, o gato doente deve ser separado de outros para evitar a transmissão, caso isso ainda não tenha ocorrido. Não há tratamento para a doença, só medicações paliativas na tentativa de aumentar a sobrevida do felino.

Nos EUA, a Pfizer criou uma vacina para PIF; ela é intra-nasal e confere 60 a 85% de proteção. Não há previsão de quando teremos a vacina liberada aqui no Brasil.

As informações e sugestões de saúde e bem-estar para o seu bichinho contidas neste blog têm caráter meramente informativo e não substituem o aconselhamento e o acompanhamento do Médico Veterinário de sua confiança. Somente este profissional é capacitado para diagnosticar e medicar seu bichinho de estimação.

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