quarta-feira, 16 de junho de 2010

oculista para gato – isso existe??

Quem leu o título acima deve estar pensando na cena de um gato sentado na cadeira do oculista lendo aquelas letrinhas pequenas que são projetadas na parede do consultório e que nem sempre conseguimos decifrar... Pois é, nós humanos sempre projetamos nos animais tudo que sentimos e tudo o que acontece conosco. Gato vai ao oculista sim, só não precisa saber o grau dos óculos que vai usar!!!
A Medicina Veterinária atual está mais moderna e mais evoluída do que há 10 anos atrás, e é cada vez mais comum vermos médicos veterinários atendendo especialidades como dermatologia, oncologia, odontologia e a oftalmologia também.

Os problemas oculares em gatos são menos frequentes do que em cães, mas não menos graves. Uma boa parte deles está associada a outras causas. Por exemplo:
  • Doenças infecciosas sistêmicas: viroses, como a PIF, AIDS felina, herpesvirose, causando uveíte, úlceras de córnea e até cegueira se não tratadas a tempo;
  • Traumas: brigas com outros gatos, ataques de cães, com perfurações, arranhões e mordidas;
  • Doenças metabólicas: diabetes e hipertensão, muito comuns em felinos hoje em dia, causando descolamento de retina e catarata secundárias.
O exame oftalmológico nem sempre é fácil de ser realizado em gatos, uma vez que é demorado e a proximidade dos olhos com a boca e as unhas das patas anteriores é grande, sendo que o médico tem que estar também com seu rosto bem próximo para avaliar, tornando o procedimento arriscado. Portanto, em grande parte das situações se faz necessário o uso de tranquilizantes, para uma melhor qualidade da consulta. A avaliação consiste em exame físico direto do globo ocular, olhando sua estrutura, pálpebras e glândulas lacrimais. Normalmente pingamos um colírio para avaliação corneana. O exame indireto, ou seja, com o uso de aparelhos, também é realizado: faz-se a tonometria, isto é, medição da pressão ocular e avaliação de fundo de olho, região da retina, com o uso de um oftalmoscópio.

Junto com a avaliação ocular, na maioria das vezes são necessários também exames de sangue para verificar doenças sistêmicas e o estado geral do bichano, afinal, o organismo é um todo e as doenças não são independentes – um sintoma nos olhos tem grande chance de ser uma manifestação de doença metabólica.

Caso perceba algo nos olhos do seu gato, nunca pingue nenhum colírio sem antes consultar um veterinário, pois muitas vezes o sintoma se agrava mais, já que os gatos são sensíveis a vários componentes e no olho a absorção acontece do mesmo jeito que na pele. Na maioria das clínicas existe um profissional especializado que atende com hora marcada e faz o acompanhamento junto com o veterinário do animal.

As informações e sugestões de saúde e bem-estar para o seu bichinho contidas neste blog têm caráter meramente informativo e não substituem o aconselhamento e o acompanhamento do Médico Veterinário de sua confiança. Somente este profissional é capacitado para diagnosticar e medicar seu bichinho de estimação.

quinta-feira, 3 de junho de 2010

castrar ou não castrar - eis a questão!

Quem já não ouviu uma gata no cio miando constantemente ou gatos cruzando pelo telhado? Ou então pegou um gatinho, que conforme cresceu passou a urinar por toda casa?

Pois é! Muitas vezes esses são motivos de problemas com vizinhos, parentes e, infelizmente, até causas de envenenamentos coletivos de felinos que têm acesso à rua ou moram nela.

Castrar ou não envolve uma série de questões desde saúde, zoonoses, culturais e até financeiras. E é uma decisão que cabe ao proprietário – responsável pelo animal e seu bem estar – uma vez que esse procedimento só traz benefícios. Vejamos.

A falta de hormônios, tanto em machos como em fêmeas, não acarreta nenhuma consequência. Pelo contrário, desde que a cirurgia não seja feita muito precocemente, caso em que influenciaria no crescimento do animal. O mito de que os gatos ficam mais pacatos e engordam não se aplica a todos e é mais exceção do que regra. O aumento de peso dependerá basicamente do modo de vida do animal: se ele se exercita, se come alimento de alto teor calórico e se tem essa tendência. O fato do animal não ter mais a produção dos hormônios sexuais não vai mudar sua personalidade, ou seja, gatos com características agressivas diminuem um pouco esse impulso, mas não totalmente; bichanos agitados também não se tranquilizam apenas com o fato de terem sido castrados. O que muda, por exemplo, é que os gatos que têm acesso à rua vão sair menos de casa e os machos não se envolverão em brigas com outros machos por disputa de território e fêmeas em cio. No caso dos machos confinados (de apartamento) a castração é importante, pois diminui o stress instintivo e o hábito de marcação de território com a urina.
As gatas – diferente das cadelas – só ovulam quando têm a presença ativa do macho, ou seja, durante a cópula. Elas não possuem sangramento durante o cio, sua alteração é notadamente comportamental, miando e “se esfregando” em objetos e pessoas. A vocalização das gatas não acontece por causa do cio, mas por um processo que acontece na hora da cruza: os machos possuem em seu pênis pequenas estruturas pontiagudas que induzem – no momento do ato sexual – a ovulação da fêmea, garantindo assim a fecundação. É por isso que as gatas “gritam” e incomodam tanto no silêncio da noite. Uma vez prenhas, a gestação dura em média dois meses e, após mais ou menos um mês do desmame, um novo cio recomeça. Isso quer dizer que uma única fêmea de vida livre, sem estar esterelizada, tem por volta de quatro cios ao ano. Se esses filhotes forem, na sua maioria, fêmeas também, entram na fase reprodutiva já aos cinco meses. Então uma única gata pode dar origem a inúmeros descendentes ao longo de um ano.

As gatas de apartamento não têm a chance de ovular, mesmo tendo a presença de um macho castrado em casa. Isso significa que elas entram em constantes cios na tentativa de ovular, sem sucesso, levando à uma alta produção de progesterona que trará consequências para sua saúde, como tumores mamários e infecções uterinas.

A cirurgia de esterilização é um procedimento comum, feito com anestesia geral, retirando o útero e os ovários nas fêmeas e os testículos nos machos. Requer uma semana de resguardo e em seguida é feita a retirada dos pontos. O gato vai para casa no mesmo dia, inclusive acordado e andando. O ideal é que a esterilização seja feita a partir dos cinco meses em gatas e seis meses nos gatos.

O uso de contraceptivos é totalmente contraindicado para inibir a entrada do cio, pois a carga hormonal é muito alta e prejudica mais ainda a não ovulação da fêmea. Os anticoncepcionais são responsáveis por 90% dos casos de câncer de mamas e infecções de útero (piometra) nas gatas.

Resumindo: só através da castração em massa vamos diminuir a população errante pela cidade, diminuindo também a transmissão de doenças (sejam elas zoonoses ou não), o abandono e os maus tratos, um problema sério em uma metrópole como São Paulo. Castrando animais domiciliados também estamos beneficiando-os, inclusive aumentando sua longevidade, uma vez que a não produção hormonal evita consequências maléficas para os animais domésticos.

As informações e sugestões de saúde e bem-estar para o seu bichinho contidas neste blog têm caráter meramente informativo e não substituem o aconselhamento e o acompanhamento do Médico Veterinário de sua confiança. Somente este profissional é capacitado para diagnosticar e medicar seu bichinho de estimação.