sexta-feira, 26 de fevereiro de 2010

vermifugação em gatos: quando e como?


Os vermes são parasitas internos que infectam não só cães e gatos como também seres humanos. Existem parasitas específicos da nossa espécie e outros não, mas a transmissão tem papel muito importante, uma vez que alguns deles caracterizam zoonoses (doenças transmitidas dos animais para os humanos).

Em filhotes, a mortalidade é alta devido à vulnerabilidade do animal e o grau de infestação. Em adultos, que são mais resistentes, a frequência de consequências sérias é menor, mas não menos importante. Considerando o fato de que os felinos se higienizarem através da lambedura, enterrarem suas fezes, comerem alimentos localizados no chão e nem sempre beberem água tratada, há uma grande chance de entrarem em contato com ovos de vermes. Uma vez ingeridos, os parasitas crescem no interior do intestino do gato, fazendo seu ciclo e acarretando várias consequências como emagrecimento, diminuição do crescimento (filhotes), anemia, fraqueza, vômitos, diarréria e aumento de volume abdominal.

Por isso, vermifugar seu animal em várias fases de sua vida é imprescindível. Filhotes recebem a primeira dose do remédio a partir dos 20 dias de idade, repetindo sempre uma segunda dose aos 40 dias. Se ainda estiver em contato com a mãe, ela também deverá receber uma dose junto com eles quando completarem 20 dias. Adultos de vida livre podem ser medicados a cada três meses, enquanto animais totalmente confinados, duas vezes por ano. Fêmeas prenhes podem e devem receber o medicamento ao final da gestação, impedindo assim a transmissão posterior aos filhotes. O ideal é a vermifugação antes da cruza. Lembrando aqui que nem todo o medicamento é indicado para gestação, por isso a prescrição deve ser feita pelo médico veterinário e é sempre bom averiguar a bula.

Importante saber que toda a medicação deve ser repetida a critério do médico veterinário, uma vez que eles eliminam somente os vermes adultos e não as larvas destes parasitas. Como os felinos tem fama de serem difíceis na ingestão de medicamento via oral, existem parte dessas drogas na forma injetável.

Podemos exemplificar uma zoonose comum e importante o chamado “bicho geográfico”, que nada mais é do que a larva de um verme intestinal do gato que quando em contato com a nossa pele faz lesões avermelhadas, inflamadas, semelhantes à queimaduras. Isso é comum na praia, quando estamos descalços, pois devido ao hábito dos gatos enterrarem suas fezes o contato direto se torna muito fácil.

Outro parasita importante é aquele transmitido pela pulga - não pela sua picada, mas pela ingestão acidental no ato da lambedura. O verme faz seu ciclo no intestino e, ao ser eliminado pelas fezes, pode causar coceira na região anal. É facilmente encontrado: parece um grão de arroz ou uma sementinha de pepino.

Não podemos deixar de lembrar que um exame parasitológico de fezes anterior à vermifugação é o ideal, já que os gatos não são só contaminados por vermes (as famosas lombrigas) como também por protozoários - como o toxoplasma (leia aqui) e a giárdia, por exemplo - ambos transmissíveis ao ser humano e de tratamento diferente das verminoses comuns.

As informações e sugestões de saúde e bem-estar para o seu bichinho contidas neste blog têm caráter meramente informativo e não substituem o aconselhamento e o acompanhamento do Médico Veterinário de sua confiança. Somente este profissional é capacitado para diagnosticar e medicar seu bichinho de estimação.

sexta-feira, 19 de fevereiro de 2010

quando procurar o veterinário


Se você leu o título e respondeu “quando meu animal está doente” eu pergunto: “e quando é que seu animal fica doente?” Esse é o nosso grande dilema. Para os proprietários, os gatos só adoecem quando ficam velhos, quando param de comer ou quando têm algum sintoma clínico de doença, como vômito, diarréia, corrimento nasal, ocular etc. Só que tudo isso nem sempre acontece no gato. Eles mascaram facilmente seus problemas a ponto de um sintoma perceptível para nós ser, às vezes, o final de um problema irreversível.

Então, quem respondeu “sempre” chegou mais perto da resposta ideal. Quando nós vamos ao oftalmologista? Pois é, essa é frequência ideal do nosso bichano fazer aquela indesejável visita ao médico da família... Hoje em dia, trabalhar com prevenção é a regra. Não precisamos esperar a doença para tratar, podemos preveni-la antes do seu surgimento.

Logo de cara, ou seja, quando adquirimos algum bichano, é a hora de levá-lo ao médico para uma orientação geral e posterior vacinação + vermifugação. Quem nunca teve gato precisa conhecer sobre o seu manejo, quais os tipos mais comuns de doenças, o que podemos (ou não) esperar de pelo menos 10 anos de convivência.

Ao longo da vida, anualmente, com o reforço vacinal – ou independentemente disso – é a hora de uma visita ao doutor para exames de rotina e check-up. Menos de uma vez ao ano, já aumentamos o risco de passar batido por algum problema sub-clínico que não é perceptível no dia a dia.

Prostração, apatia, emagrecimento, falta de apetite, beber muita água, urinar demais, mudança de comportamento, feridas, pulgas, carrapatos, vômitos (constantes ou não), pelagem sem brilho, manchas, caroços pelo corpo, hálito forte, coceira (corpo e ouvido), aumento de volume abdominal, andar cambaleante, dificuldade de subir nas coisas, fezes amolecidas ou a falta delas, urina com sangue ou dificuldade em urinar, respiração mais rápida, inquietação, todos são exemplos de sinais que pedem uma consulta.

No caso de animais idosos – e isso nos felinos acontece a partir dos 12 ou 13 anos – as visitas ao veterinário precisam ser mais frequentes: a cada seis ou oito meses. Exames geriátricos (principalmente cardiológicos e renais) são obrigatórios.

Na verdade, procurar o veterinário é a maneira mais segura que temos de saber se o nosso gatinho está bem, pois além do exame médico, exames complementares (de imagem, laboratoriais) hoje em dia são bem utilizados e ajudam muito no diagnóstico e possível retardo de processos crônicos degenerativos nos gatos.

As informações e sugestões de saúde e bem-estar para o seu bichinho contidas neste blog têm caráter meramente informativo e não substituem o aconselhamento e o acompanhamento do Médico Veterinário de sua confiança. Somente este profissional é capacitado para diagnosticar e medicar seu bichinho de estimação.