sexta-feira, 25 de dezembro de 2009

natal!

Eu amo animais e sempre tive bichinhos em casa. Aos sete anos peguei um gato vira-lata e coloquei o nome de GUBER. Lembram do desenho que o cachorro com esse nome usava um gorro e ficava invisível?? Então, esse mesmo!! Desde então, nunca fiquei sem um bichinho em casa. Desde sempre decidi que faria Medicina Veterinária e que, além de cuidar de vidinhas tão frágeis, eu prezaria ao máximo a tranquilidade dos donos.

Hoje, tenho duas cachorras e dois casais de gatos, divididos entre minha casa e a clínica. Tudo começou com um gato SRD que apareceu na clínica para ser castrado. A ONG que levou o gato disse que era uma fêmea no cio; o gato só miava, era terrível!! Só que a tal fêmea era um macho e já estava castrado! Hoje chama-se Alfredo! Depois veio a Fofinha, uma cadela SRD, também vinda diretamente do CCZ, com seis filhotes, que seriam todos sacrificados... Os filhotes foram adotados e a mãe foi para a minha casa. Aos poucos a família aumentou: chegou a Michelle, uma gata SRD que peguei antes que entrasse em um bueiro na rua de casa. Michelle virou a esposa do Alfredo!. Mais tarde, uma cliente pegou da rua uma cadela SRD com cinomose, mas não pode ficar com ela em casa. Então tratei e salvei a Chica, que agora mora na clínica há cinco anos. Nesse meio tempo, apareceu uma caixa de papelão na porta da clínica, numa manhã fria de setembro, com o um gato SRD branco que mais parecia marrom, quase morto. Hoje ele é um floco de neve em casa e chama-se Mingau! E, por último, apareceu a Penélope, uma gata da raça Oriental que uma cliente comprou e não quis. Penélope virou meu presente de Natal em 2005!

Veja fotos dos meus bichinhos:

sexta-feira, 18 de dezembro de 2009

fogos de artifício: um perigo!

Dias de jogos (e a Copa do Mundo se aproxima...), Natal e Réveillon chegando e com eles o barulho assustador dos fogos de artifício e das bombas.

Se para nós já é um incômodo, para seu felino é bem pior! Os gatos (assim como os cães) possuem um aparelho auditivo bem mais sensível que o nosso. Para se ter uma ideia, os gatos possuem 32 músculos que controlam suas orelhas, podendo girá-las independentemente, a quase 180 graus, e 10 vezes mais rápido do que o melhor cão de guarda! Isso faz com que sua acuidade auditiva seja mais precisa na hora da caça, vigiando melhor sua presa. Além disso, seus ouvidos afunilados canalizam e amplificam os sons como um megafone. Gatos ouvem até 65 khz (kilohertz) enquanto nós ouvimos até 20 apenas. Aqui está o motivo pelo qual seu bichano fica em pânico com os fogos de artifício. Imagine só o grau de agressividade para os ouvidos que um rojão pode causar!!

Por isso, nessas datas festivas e nos momentos previsíveis (jogos de futebol, por exemplo), alguns cuidados são importantes – principalmente para gatos de apartamento – visando diminuir o impacto e o medo nesses animais:
feche as janelas e não tente segurá-lo no colo nesse momento de barulho forte, pois ele pode arranhar e até morder qualquer um que tentar contê-lo, inclusive o dono;
● também não tente tirá-lo caso ele se esconda embaixo de um móvel ou dentro de um armário; sentir-se seguro nessa hora traz mais conforto e acalma. Gatos de vida livre vão se refugiar em esconderijos, como embaixo de carros, no forro dos telhados, em árvores, até que o perigo passe;
● falando em esconderijo, ajude-o a se sentir seguro preparando um cantinho para ele ou deixando portas de armários abertas (lembre-se de tirar de dentro do armário coisas que você não gostaria que ele arranhasse);
sedativos são recomendados a critério do médico veterinário – nunca devem ser usados sem prescrição, uma vez que são medicações de uso controlado – caso o animal fique descontrolado. Normalmente são usados de maneira preventiva, horas antes da “barulheira”, e podem ser administrados via oral ou injetáveis.

Nessa época de festas, é importante manter seu bichano em lugar seguro. Se o gato estiver hospedado em algum lugar fora de casa, certifique-se que não há como fugir, ou seja, o local deve estar telado em toda sua extensão, de preferência.

As informações e sugestões de saúde e bem-estar para o seu bichinho contidas neste blog têm caráter meramente informativo e não substituem o aconselhamento e o acompanhamento do Médico Veterinário de sua confiança. Somente este profissional é capacitado para diagnosticar e medicar seu bichinho de estimação.

sexta-feira, 11 de dezembro de 2009

socorro, férias! onde deixar o bichano?


Enfim chegou o fim de ano! Natal, Reveillon, Carnaval! Uma sequência de comemorações festivas junto com o verão, calor, alegria, férias... mas... o que fazer com o bichano???

Os felinos não têm a mesma característica dos cães, que gostam de sair, passear, sociabilizar. Na verdade, os gatos têm instinto predador, saem com intuito de caçar e procriar. Os bichanos de apartamento – confinados – como não têm essa possibilidade, tornam-se ainda mais sistemáticos e metódicos nos seus hábitos, fazendo às vezes com que uma simples ida ao consultório de seu veterinário vire uma aventura indescritível!!!

Por isso, deixá-los em casa – ou não – na viagem é o 1º passo a ser levado em consideração. Se o lugar para onde você vai é seguro, não tem outros animais no mesmo território e não é longe, vale a pena levar. Se a viagem for interestadual, tanto faz aérea ou rodoviária, são exigidos documentos como atestado de saúde, válido por apenas três dias, e carteirinha de vacinação, ambos emitidos pelo médico veterinário, comprovando principalmente a vacinação anti-rábica em dia com mais de um mês e menos de um ano de aplicação. Viagens internacionais, além de tudo isso, exige também o CZI, ou seja, Certificado Zoossanitário Internacional, emitido pelo Ministério da Agricultura. Lembrando que alguns países da comunidade européia obrigam à quarentena e outros nem permitem a entrada de animais estrangeiros. Certifique-se antes de tudo isso. De qualquer forma, os gatos devem ser levados em caixas de transporte apropriadas para eles, com fechos seguros e no tamanho em que o bichano consiga dar uma volta completa dentro dela.

Se depois de considerar o que foi dito acima, os dias que vai ficar fora, o estresse e as despesas você optar por não levar o gato, muito cuidado com “hoteizinhos”, principalmente nessa época de muita procura!! Visite o local previamente, observe as condições de higiene, o manejo, os funcionários, a segurança – mesmo com gatis, o local deve ser telado para garantir que não haja fugas. Veja se há individualização de alojamentos (não misturar com outros animais desconhecidos), pois isso para gatos é péssimo. Uma coisa importante: o local idôneo exigirá – antes que você pergunte – comprovante de vacinação e medicação anti-pulgas em dia. Uma dica: leve todos os pertences de seu gatinho (potinhos de água e comida, caixa sanitária, areia de preferência, ração, brinquedos), além de uma peça de roupa do dono – sentir seu cheiro torna menos desagradável a ausência. E sempre deixe-o com uma coleirinha de identificação com nome e telefone do proprietário. O local perfeito seria aquele que só abriga gatos, pois mesmo tendo cães em locais separados, os latidos podem muitas vezes estressar desnecessariamente os bichanos, fazendo-os deixarem de comer, por exemplo.

Melhor ainda que tudo isso – levar o gato ou deixar em hotelzinho – seria que alguém de sua confiança fosse visitá-lo em sua casa diariamente, ou em dias alternados, trocando água, comida e areia e fazendo companhia para o seu bichano. A mudança de ambiente, mesmo que temporária, influencia bastante no comportamento e até na saúde dos gatos. Apenas garanta que essa pessoa gosta de gatos e não deixará seu bichinho fugir de casa. E boa viagem!!!!!!

As informações e sugestões de saúde e bem-estar para o seu bichinho contidas neste blog têm caráter meramente informativo e não substituem o aconselhamento e o acompanhamento do Médico Veterinário de sua confiança. Somente este profissional é capacitado para diagnosticar e medicar seu bichinho de estimação.

sexta-feira, 4 de dezembro de 2009

unhas: cortar ou não cortar?

Normalmente atribuímos o corte das unhas dos felinos a um capricho nosso para salvar a mobília ou a integridade de nossos braços, mãos e rosto. Mas, será mesmo necessário?

Os gatos têm garras nos quatro membros. Elas não ficam expostas e eles só as usam conforme a necessidade – subir em muros e árvores ou defender-se de agressores. Nas patas dianteiras existem cinco dedos, portanto cinco unhas, e nas traseiras quatro. Sendo o gato um predador nato, ele tem necessidade de observar suas presas; isso está aliado ao fato de ficar em lugares altos – como em um “posto de observação” – e aí entra uma das principais funções das unhas. Esse é um instinto natural dos gatos, diferentemente dos cães, cujas unhas são apenas anexos cutâneos já que eles não precisam subir em nada.

Um gato que mora em apartamento nem sempre tem necessidade de lugares altos, embora nossas prateleiras, geladeira e armários sejam tentadores. Nesse caso, cortar as unhas pode ser interessante, pois para subir em locais de superfície lisa a unha não tem grande relevância. Quem tem crianças em casa, que mexem muito com o animal, também podem pensar em cortar as unhas de seu gato com frequência. Isso evita acidentes, muito comuns e muitas vezes não intencionais dos bichanos. Como as unhas ficam retraídas, o primeiro passo para o corte é expô-las apertando os dedinhos de seu gato (figura A).

Observe que em cada garra há uma área de coloração rósea, onde se encontra a parte “viva“ da unha (a circulação) – evite agredir esse local e corte só a pontinha da unha. Existem à venda vários tipos e tamanhos de cortadores de unhas específicos para gatos.

Já um gato de vida livre, que mora em casa, mas transita pelos telhados afora, precisa das suas unhas afiadas. Nesse caso, cortá-las não é recomendável.

De qualquer modo, cortando o excesso da unha ou não, morando em casa ou apartamento, o gato seguirá seu instinto de manter as garras afiadas. Quem tem gato sabe disso e já se acostumou a ver pelo chão pedaços de unha morta que já foram trocados por novos. E quanto mais rústico o tapete e o tecido do sofá, mais fácil de serem atacados pelos gatos! Há no mercado produtos repelentes e com odor forte para aplicação nesses locais, mas nem sempre funcionam (vale tentar!). Uma alternativa que funciona bem – com os meus é ótima! – são os arranhadores, principalmente aqueles com sisal e carpete. Escolha perfeita e quase 100% garantida para os gatos se afastarem dos sofás e cadeiras.

A onicectomia, cirurgia para retirada das unhas em felinos, está proibida no Brasil graças à resolução 877 do Conselho Federal de Medicina Veterinária, à lei de crimes ambientais 9605 e ao decreto lei 24645 de proteção aos animais. É um ato de crueldade, uma mutilação, pois para retirar a unha deve-se remover cirurgicamente também o último ossinho do dedo do gato (a falange), lugar onde fica inserida a unha (figura B).

É um processo completamente desnecessário para o animal, doloroso e de pós-operatório altamente traumático (figura C).

O gato altera seu comportamento, os hábitos e a personalidade. Uma vez que a dor é constante, muitos bichanos ficam sem se locomover, não usam mais a caixa sanitária e se tornam extremamente agressivos. Infelizmente, ainda assim, alguns colegas de profissão insistem em adotar essa conduta criminosa sem nem mesmo informar ao dono que se trata de uma mutilação.

Uma sugestão: quem quer ter um bicho de estimação, mas quer a casa em ordem e móveis sem arranhões, é melhor optar por um cachorro de pequeno porte ou até mesmo um bicho de pelúcia. Com certeza é mais garantido!

As informações e sugestões de saúde e bem-estar para o seu bichinho contidas neste blog têm caráter meramente informativo e não substituem o aconselhamento e o acompanhamento do Médico Veterinário de sua confiança. Somente este profissional é capacitado para diagnosticar e medicar seu bichinho de estimação.