sexta-feira, 16 de abril de 2010

hipertensão e doença cardíaca felina

A hipertensão e insuficiência cardíaca nos gatos é mais comum do que pensamos. No entanto, os felinos mascaram muito os sintomas, diferentemente dos cães, que apresentam tosses secas e intolerância aos exercícios – se cansam facilmente nos passeios, por exemplo. Porém, diferente dos humanos, os animais não apresentam problemas cardíacos coronarianos, ou seja, não têm consequências cardíacas com aumento de colesterol e triglicérides, pois não têm tendência de depositar camadas de gordura nas paredes das artérias. Eles também não têm o fumo e o álcool como fatores predisponentes e, dessa forma, não infartam como algumas pessoas podem pensar. Os problemas cardíacos são, na maioria das vezes, insuficiências congestivas, sendo cardiopatias hipertróficas (aumento do músculo cardíaco) ou dilatadas (aumento global do tamanho do coração). Esses problemas são congênitos ou adquiridos e podem causar morte súbita igualmente ao infarto.

O aumento da pressão arterial nos gatos é normal com o passar da idade. A elevação anormal e persistente da pressão sanguínea (hipertensão) pode ter origens não só primárias, ou seja, de causa desconhecida (assim como em 90% dos humanos), mas também secundárias a outras doenças, como insuficiência renal crônica, diabetes e hipertireoidismo.

Por não apresentarem sintomas característicos, normalmente os gatos são levados ao consultório veterinário com queixa de perda de peso, beber muita água e urinar demasiadamente, dispnéia (aumento e dificuldade da frequência respiratória) e fraqueza. Exames de rotina devem ser realizados, como provas de função renal, hemograma, glicemia, dosagens hormonais, ecocardiograma (ECO) e mensuração da pressão arterial. No gato, só vamos diagnosticar problemas cardíacos através do ECO, pois normalmente na auscultação clínica com estetoscópio o problema pode não ser detectado. Para verificar a pressão, usamos um aparelhinho infantil. Dependendo da agitação do bichano pressão pode se alterar para mais pelo simples stress da consulta.

Uma vez diagnosticado o problema, medicações para o resto da vida devem ser administradas e um controle bimestral ou semestral é imprescindível para uma boa qualidade de vida do gato. Reavaliações periódicas se tornam importantíssimas, uma vez que o problema é progressivo se não controlado, podendo ter sérias consequências, como tromboembolia (coágulo depositado na artéria aorta, principalmente) com paralisia de membros posteriores, síncopes (desmaios), cegueira súbita e irreversível (pelo descolamento de retina no aumento agudo da pressão não controlada) e até convulsões.

Isso reforça o fato de que ter um animal de estimação requer não só carinho, mas cuidados, principalmente a partir da meia idade (oito anos em média). A partir dessa idade, recomenda-se um check-up de rotina com exames cardiológicos.

As informações e sugestões de saúde e bem-estar para o seu bichinho contidas neste blog têm caráter meramente informativo e não substituem o aconselhamento e o acompanhamento do Médico Veterinário de sua confiança. Somente este profissional é capacitado para diagnosticar e medicar seu bichinho de estimação.

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