segunda-feira, 24 de maio de 2010

dor: como saber se seu bichano está sofrendo?

Em qualquer espécie animal, o capítulo “dor” é sempre controverso e discutível. Há quem acredite que os animais não sintam dor ou qualquer outra sensação física (como frio, calor), mas quem convive e cuida deles – sejam cães, gatos, roedores, aves – já teve alguma experiência em que pode perceber que o bichinho estava sentindo dor, desde uma dor leve, como a de uma unha quebrada, até uma dor severa, oncológica, como por exemplo um osteossarcoma (tumor que acomete os ossos).
A avaliação da dor é muito sutil e empírica e ocorre principalmente pela observação do proprietário do animal, tendo alguns sintomas inespecíficos, mas bem sugestivos:
• Alteração de personalidade: era um gato dócil e passou a ser agressivo (ou vice-versa);
Auto-mutilação: o animal se morde compulsivamente em alguma região que antes não o fazia, até muitas vezes provocando ferimentos e queda de pêlos;
• Mudança de postura: fica em posições diferentes, protegendo a área dolorida, para de se limpar (se lamber), não tem posição – anda, deita, senta, não consegue se acomodar – fica encolhido ou permanece um tempo grande na mesma posição;
• Diminuição do apetite e ingestão de água;
• Sinais oculares: pupila dilatada, secreção exacerbada (sinal que não está fazendo a higiene adequada);
• Sinais respiratórios: fica “ofegante”, com a respiração acelerada, como se estivesse cansado;
Resguardo: se esconde ou se isola em lugares fora do alcance dos proprietários ou de qualquer pessoa ou outro animal, ou seja, se poupa;
Expressão facial: semblante com orelhas para trás, “enrugamento” da face;
Vocalização: menos comuns em gatos, mas miam sem motivo aparente;
Aparência geral: pêlo sem brilho e com caspas, emagrecimento progressivo ou agudo;
• Hábitos urinários: ir à caixa sanitária com frequência maior da habitual ou o contrário;
• Distúrbios do sono: dorme pouco ou quase nada, dorme em posições estranhas.

Em qualquer uma dessas situações, desconfiamos que o animal esteja incomodado, sentindo alguma dor, e a segunda etapa da avaliação é descobrir a causa, ou seja, a origem da dor. Isso só pode ser feito por um médico veterinário, por meio de exame clínico ou de exames complementares que avaliarão alterações (exames de imagem, como ultrassom/RX, e de sangue/urina).

Analgésicos comuns, de uso humano ou até mesmo para cães, nem sempre são indicados para uso em felinos, pois os gatos não possuem uma via metabólica hepática de degradação de algumas drogas como a nossa ou a dos cães. Por isso, um remédio pode vir a ser uma substância tóxica. Por exemplo: o AAS (ácido acetil salicílico) pode ser fatal para o nosso bichano.

Mais uma vez ressaltamos aqui a importância do médico veterinário para um bom acompanhamento da enfermidade. Só assim podemos tratar adequadamente um animal com dor crônica (ou seja, de causa que não tem cura, só controle – como artrites, por exemplo) ou aguda (atropelamento, pancreatite, queimaduras, por exemplo).

As informações e sugestões de saúde e bem-estar para o seu bichinho contidas neste blog têm caráter meramente informativo e não substituem o aconselhamento e o acompanhamento do Médico Veterinário de sua confiança. Somente este profissional é capacitado para diagnosticar e medicar seu bichinho de estimação.

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