sexta-feira, 1 de janeiro de 2010

e com o calor... as pulgas!

Chegou o verão! U-HU! E com ele vemos nossos companheiros de quatro patas coçando, coçando e coçando!!! Mordisca aqui, lambe ali, arranca pêlo lá e quando vamos ver, encontramos os incômodos parasitas externos, velhos conhecidos nossos: as pulgas.












Nem sempre damos de cara com elas andando pelo corpo do nosso bichano, mas podemos ver entre a pelagem pontos pretos semelhantes à “sujeira”, que quando apertados ou molhados ficam de cor avermelhada. Esses pontos pretos são fezes de pulgas, nada mais do que sangue o coagulado que elas sugam.

É preciso pensar em um tratamento rápido e eficaz para acabar com esses insetos terríveis que, apesar de não terem asas, locomovem-se muito bem de animal para animal (e para nós, na falta do animal de estimação). Só para se ter uma idéia, a pulga pode ser considerada a maior campeã olímpica de saltos de todos os tempos, podendo saltar 75 vezes sua altura e 25 vezes seu comprimento, totalizando 30cm de deslocamento!! Em outras palavras: um simples “pulinho” serve para passar de um hospedeiro a outro, o que significa que se nosso bichano não estiver protegido e sair para rua (ou para um banho na petshop) e se encontrar com outro animal infestado por pulgas, corre o risco de voltar acompanhado prá casa. Além disso, para aumentar a sorte que a natureza deu às pulgas, seu ciclo de vida é muito privilegiado: elas vivem, em média, 100 dias. A fêmea deposita seus ovos com 0,5mm de comprimento no animal; como eles não se fixam, caem no ambiente. Se for carpete, piso com frestas (tacos, por exemplo) ou cobertores, os ovos encontram a situação ideal para virarem larvas, e em 10 dias eclodem. A partir daí, de 5 a 11 dias entram na fase denominada pupa (filhotes de pulgas) e pronto! Mais cinco dias e são pulgas adultas, que vão para o ambiente e recomeçam o ciclo.







Mais uma mamata da natureza para as pulgas: se não houver animais ou pessoas no ambiente, as pulgas podem permanecer na fase pupa por até 140 dias (4 meses!) até acharem as condições ideais para sobreviver após virarem adultas. É por isso que às vezes, quando entramos em lugares fechados e inabitados, de repente sentimos as aproveitadoras pulando famintas em nossas pernas!

As pulgas causam incômodo e uma coceira intensa devido às suas picadas. Alguns animais desenvolvem a DAPP (dermatite alérgica à picadas de pulpas), pois na “saliva” da pulga existe um componente desencadeante de uma hipersensibilidade: basta uma picada por dia para induzir o bichinho a se ferir coçando, muitas vezes até alterando seu estado emocional devido ao estresse constante pela coceira incessante. Alguns deles passam até a comer menos e tornam-se agressivos ou deprimidos, dependendo de sua personalidade. Os gatos iniciam esse processo mais na região da cabeça, pescoço e orelhas, alastrando-se para membros e abdome (muitas vezes observamos a barriga peladinha do gato!).

Além de tudo isso, os gatos podem contrair doenças através desses parasitas. Como se lambem com freqüência, eles podem ingerir acidentalmente uma pulga, que leva para o intestino do gato a forma infectante de um verme chamado Dipylidium, semelhante à tênia (solitária) do homem. Isso pode ficar crônico, levando o bichano a emagrecer, ter diarréia, perda de pêlos e coceira na região anal. Se o gato não for tratado, pode até morrer.

Pela sua picada, as pulgas podem transmitir um parasita sanguíneo chamado Hemobartonela, causando fraqueza, anemia, perda de apetite e apatia. Se não tratados, mais de 30% dos gatos acometidos por esta doença acabam morrendo.

Por tudo isso, não podemos deixar de combater as pulgas, que encontram no verão as condições ideais sua replicação: calor e umidade. Tratar animal e ambiente simultaneamente é importante, mas melhor do que tratar é prevenir o aparecimento das pulgas. Produtos em forma de sprays e pipetas de uso cervical (na região da nuca) são muitos úteis, desde que mantida a frequência quinzenal ou, no máximo, mensal. Produtos para ambiente à venda em petshops agregam mais segurança na prevenção também. Coleiras em gatos nem sempre são recomendadas, principalmente nos de vida livre, pois eles podem se enforcar com elas ou se machucar. Considere usar produtos periódicos no bichinho para evitar reinfestação (isso vale para gatos que passeiam fora de casa).

Se a infestação for grande, a melhor forma de combate é a dedetização do ambiente. Lembre-se: para cada 10 pulgas encontradas no bichano, existem 100 no ambiente, ou seja 10% dos adultos estão sugando o sangue de seu felino enquanto o resto prepara o ataque na sua casa! Em alguns casos, tosar os pêlos é uma medida que pode aumentar a eficácia do tratamento.

Vale lembrar que banho, mesmo com produtos “anti-pulgas”, não é a solução dos problemas. Como vimos, o ambiente tem grande responsabilidade nessa guerra ao parasita, então banhos, além de não matarem 100% das pulgas, não têm garantia, uma vez que o gato volta para o lugar infestado e vai ganhar pulgas novamente.

Importante: leia e siga sempre as recomendações de cada produto e procure a orientação do seu veterinário, pois ele pode lhe indicar a melhor forma de combate para cada caso.

As informações e sugestões de saúde e bem-estar para o seu bichinho contidas neste blog têm caráter meramente informativo e não substituem o aconselhamento e o acompanhamento do Médico Veterinário de sua confiança. Somente este profissional é capacitado para diagnosticar e medicar seu bichinho de estimação.

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