sexta-feira, 12 de março de 2010

o que é AIDS felina?

A AIDS nos gatos é causada pelo vírus da imunodeficiência felina, o FIV (em inglês, Feline Immunodeficiency Vírus) e, como o próprio nome diz, tem características semelhantes à AIDS humana, pois deixa o animal imunossuprimido e, portanto mais predisposto à infecções secundárias, doenças sistêmicas e até ao câncer.

O FIV se diferencia do nosso HIV na forma de contágio, pois nos gatos a transmissão não é feita pela via sexual diretamente, mas sim pelo contato com a saliva através de mordidas (principalmente) e lambeduras. Na hora da cruza, por exemplo, o gato morde a gata, o que acaba por aumentar a transmissão. Dessa forma, os gatos que tem acesso à rua, os que vivem confinados ou em gatis estão mais sujeitos à contaminação, principalmente os machos, devido ao constante envolvimento em brigas. Fêmeas prenhes transmitem aos seus filhotes na gestação, dependendo da carga viral que possuem.

A síndrome da imunodeficiência felina não é transmissível à outras espécies animais, bem como ao ser humano, portanto não é uma zoonose.

O grande problema dessa infecção é que os animais infectados podem permanecer por muito tempo (anos e anos) sem manifestar a doença, uma vez que não há sintomas específicos. Só que eles continuam espalhando o vírus. Não existe cura, nem prevenção através de vacinas, assim como na nossa espécie.

Então... como suspeitar que nosso gatinho está contaminado??? O que vai chamar a atenção não é a doença em si, mas os sintomas da queda de resistência, como infecções frequentes ou recorrentes (diarréias crônicas, gripes que não curam, por exemplo), perda de peso, doenças incomuns, febre de origem desconhecida, até anemia sem causa aparente e alguns tipos de tumores.

O diagnóstico é feito por meio do exame de sangue que confirma a presença de anticorpos contra o vírus. É importante frisar que uma vez soropositivo, o gato torna-se importante fonte de infecção para outros gatos, sendo ideal testar todos os animais da casa e manter os positivos totalmente isolados. Outras medidas de controle importantes são castrar os animais e evitar seu acesso à rua, bem como não misturar gatos recém-chegados aos gatos já existentes na casa antes de um exame.

Curiosidade: as reações dos proprietários ao receberem o diagnóstico de FIV são as mais variadas, passando pelo desespero até o preconceito, semelhante ao que acontece com pessoas portadoras do HIV. Vale lembrar que o preconceito e o medo estão na nossa cabeça e não na do animal, que não tem consciência da sua situação e por isso não deve ser maltratado!!!!

Hoje em dia, um animal (e uma pessoa) portador do vírus tem uma alta sobrevida graças às drogas modernas, que proporcionam uma melhora da condição clínica e imunológica do paciente e do bichinho. O tratamento não promove a cura, mas um bom controle geral. As infecções oportunistas podem ser tratadas de maneira comum, por isso uma visita periódica ao veterinário aumenta muito mais a qualidade de vida desses animais. A eutanásia (como em qualquer outro caso) só é indicada em último instância, apenas em animais terminais.

As informações e sugestões de saúde e bem-estar para o seu bichinho contidas neste blog têm caráter meramente informativo e não substituem o aconselhamento e o acompanhamento do Médico Veterinário de sua confiança. Somente este profissional é capacitado para diagnosticar e medicar seu bichinho de estimação.

4 comentários:

Louca dos Gatos disse...

um dos meus filhos têm. descobri por conta de uma infecção na gengiva. olha, existem estudos que mostram que a saliva não oferece perigo. o que mais pega mesmo é o sangue. ou seja, brigas muito feias que espalhem sangue pelo ambiente. o miguel vive há mais de 2 anos com o nico, que não tem FIV. e os demais gatos da minha casa não tem. fiz exames neles. a vet me tranquilizou e disse que ele pode viver muitos anos com o vírus. minha reação foi tristeza, pena, desespero e depois alívio de ter o adotado sem saber que ele tinha o vírus, pois se eu soubesse, não o adotaria. e ele é o meu denguinho, meu bebê. nem imagino minha vida sem ele. a vida em casa é normal. só a atenção que é especial, para ver se ele emagrece ou apresenta algum stress!

Patrícia disse...

Meu gato Fiv+ convive normalmente com os demais gatos da casa há mais de 7 anos

E nenhum outro gato contraiu o vírus

A convivência pacífica é segura para todos :)

Priscila disse...

Descobri que meu gatinho tinha FIV na sexta-feira e infelizmente no sábado ele morreu. Tinha apenas 5 meses. Ele eu "roubei" de uma vizinha que estava maltratando. Fiz o que pude.... mas ele evoluiu muito rápido.... era meu bebezinho... enfim. Agora fica o alerta para os meus outros gatos. Ótimo texto!

Lidiane disse...

Adotei uma gatinha abandonada numa ninhada de filhotes, ela tem 2 meses, só tinha pulgas e otite causada por sarna, não fiz exme nela, será que com essa idade já pode fazer?